Rico em fontes de geração de energia por meio da biomassa, Brasil ainda
carece de investimentos e tecnologias para desenvolver o setor.
A
demanda mundial por energias renováveis aumentou no último ano, e quase
metade do consumo foi atendido por fontes de biomassa tradicional, como
combustão direta de madeira, carvão vegetal, resíduos agrícolas, entre
outros. Estudo divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma) em parceria com a Escola de Administração e Finanças de
Frankfurt indicou que foram investidos 244 milhões de dólares em
energias renováveis no mundo em 2012. Países em desenvolvimento, como
China, Brasil e países africanos, são citados como destaque nos
investimentos e na geração de empregos no setor.
O Brasil se
destaca mundialmente pela geração de energia renovável, principalmente
devido à energia hidroelétrica, que responde por mais de 64% da produção
nacional. Já a energia de biomassa corresponde a apenas 8% do total,
ficando atrás ainda do gás e do petróleo, que, juntos, representam quase
16% da matriz energética.
Especialistas defendem que é preciso
investir em tecnologias para diversificar o aproveitamento de resíduos
da biomassa no país. A adoção deste tipo de energia ajuda a reduzir a
pressão sobre as fontes tradicionais e também oferece um destino
sustentável para resíduos agropecuários e urbanos.
Os setores
sucroalcooleiro e de papel e celulose são os que melhor aproveitam os
resíduos de biomassa, segundo Suani Teixeira Coelho, coordenadora Centro
Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio). "Eles conseguem aproveitar
quase 100% dos resíduos gerados. Já nos setores madeireiro e de
resíduos sólidos urbanos, ainda há muito potencial para expandir",
comenta a pesquisadora.
Bagaço da cana
A principal fonte
de energia através de resíduos da biomassa no Brasil é a cana-de-açúcar.
De cada tonelada do produto, 250 kg é bagaco e outros 204 kg, palha e
pontas. Tudo pode ser reaproveitado para geração de energia elétrica.
"Em São Paulo, toda a colheita precisará ser mecânica a partir de 2014.
Isto significa que deve ser aproveitado aproximadamente 98% da casca e
folha, e a produção de energia deve aumentar entre 40% e 50%", destaca o
vice-presidente da Associação da Indústria de Cogeração de Energia
(Cogen), Leonardo Calabró.
Segundo a União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (Unica), a energia elétrica gerada pelas usinas
beneficiadoras da planta é suficiente para atender a toda a demanda da
produção de etanol e açúcar durante a safra. Das 370 usinas existentes,
160 também fornecem energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Juntas, elas levaram à rede 1.381 Megawatts (MW) médios em 2012, o que
corresponde, por exemplo, a 45% do consumo de energia da cidade de São
Paulo. A capacidade instalada dos resíduos da cana hoje é de 8.974 MW,
ou 6,77% da produção nacional.
O Plano Decenal de Expansão de
Energia do Ministério de Minas e Energia indica que, até 2021, o setor
poderá oferecer ao SIN 10 Gigawatts (GW) médios, se todo o bagaço
produzido for aproveitado. "Para estimular este incremento, tem que
dobrar a produção e precisa de uma política setorial de longo prazo.
Quando as primeiras usinas foram montadas, há 30/40 anos, elas foram
equipadas com caldeiras de baixa pressão. Para ampliar a oferta de
energia, é preciso trocar estes equipamentos", afirma Zilmar José de
Souza, gerente de Bioeletricidade da Unica.
Expansão esbarra na falta de incentivo
Apesar
de o Brasil ocupar uma posição de destaque mundial na geração de
bioenergia, o país ainda está aquém de outras nações no que diz respeito
ao aproveitamento dos resíduos da biomassa. "É necessário fazer muitas
inovações neste setor, para garantir eficiência na geração", explica o
pesquisador da Embrapa Agroenergia José Dilcio Rocha.
De acordo
com um estudo desenvolvido pelo Cenbio a pedido do governo alemão, o
Brasil contava com 7.005.125 hectares de área plantada, em 2012. No
documento com os resultados preliminares, apresentado em Berlim, em
julho, os cientistas destacam que a produção de paletes (biomassa
compactada), por exemplo, é incipiente e atinge a apenas 25% da
capacidade total de produção.
O cenário de outras fontes
energéticas, como a casca de arroz, é parecido. Hoje, existem no país
nove usinas que transformam o resíduo em energia. Juntas, elas geram
36,4 MW de potência, ou seja, 0,03% da produção nacional. Coelho comenta
que, se toda a capacidade instalada existente no Brasil fosse
aproveitada, seria possível produzir cerca de 200 MW de potência.
Para
a pesquisadora, isso só pode ser atingido com uma política de governo
que amplie os investimentos e incentive a adoção de fontes alternativas
de geração de energia por meio de biomassa. Ela sugere introduzir novas
tecnologias e aumentar as ofertas de leilões específicos para este tipo
de energia. Rocha ressalta ainda que, se implementar novos processos, a
indústria pode ampliar a produção e também agregar valor aos resíduos
agrícolas, agroindustriais e agroflorestais.
fonte: http://blognoticiasemdestak.blogspot.com.br/
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